terça-feira, 29 de novembro de 2016

Por que a independência financeira é boa para a sociedade


Fomos educados para acreditar que o trabalho é bom para nós. Claro que há alguma verdade nisso (um pouco). Ele pode fornecer uma identidade - o que você faz (engenheiro!). Isso te dá um propósito (maldito despertador!). Você começa a aprender coisas novas (processamento de faturas, fazer  suportes de banheiro, construir um canil, levantar um muro) e conhecer novas pessoas em lugares que você normalmente não iria (ou quer ir).

No Brasil, dedicamos uma grande parcela das nossas vidas nos preparando para o trabalho. E quando finalmente estamos prontos, gastamos mais 5 a 10 anos em subempregos, fazendo cursos e especializações, adquirindo experiência e nos preparando para o emprego final de nossas vidas (fazendo coisas como pagar dívida do FIES ou trabalhar como empregado por um salário de escravo). São anos e anos perdidos. 

Nós nos permitimos ser explorados com um salário miserável para trabalhar na empresa dos outros, só porque temos um título com "junior" no final ("Engenheiro Júnior"), e finalmente quando nos tornamos "Engenheiro Pleno", passamos por uma lavagem cerebral para pensar que deve ser assim até a idade de aposentadoria (65 anos ou mais, dependendo das mudanças nas leis que nos aguardam). 




Se você não atingir a independência financiera, vai poder sobreviver depois dos 60 de duas formas: Aposentando-se pelo INSS - gastando o dinheiro dos cofres públicos, alimentado pelos escravos do trabalho - ou ter um negócio como uma empresa, onde explora o trabalho dos outros.



Em ambos os casos as fontes de dinheiro são externas. Ou  você é o explorador da desgraça alheia ou um consumidor de recursos públicos escassos.


Atingir a independência financeira é uma forma de inverter o sentido tradicional da vida. Mas muitas pessoas podem ver nosso desejo de atingir a independência financeira como algo mesquinho e egoísta, o que não é verdade. 
O fato é: A independência financeira é boa para a sociedade
Ser independente financeiramente significa que não precisamos trabalhar para viver: nós acumulamos capital suficiente para viver só dos rendimentos. O trabalho deixa de ser uma obrigação, e passa a ser um lazer.

Os rendimentos de sua independência financeira podem vir de diferentes fontes: FIIs, Tesouro Direto, LCIs, aluguéis, etc. Não vou aqui falar sobre os tipos de investimentos, pois todos nós já estamos cansados de saber quais são. Se você está lendo isso, provavelmente já tem uma boa noção sobre investimentos. 
O que eu quero falar é como uma pessoa independente financeiramente é, na verdade, menos financeiramente exploradora ....

   Tudo começa muitos anos antes de você atingir realmente a IF: Os candidatos à
independência financeira extrema consomem menos recursos do planeta, afinal eles vivem com um nível de consumo muito menor, já que vivem com menos: menos alimentos, transporte, roupas, viagens, produtos eletrônicos, etc.
    
    Mesmo depois de atingir a IF, eles 
provavelmente continuam a consumir menos que seus equivalentes ricos, por causa dos hábitos frugais que desenvolveram.
    
    
As crianças são criadas em um ambiente frugal, amoroso e de apoio. Gostaríamos de pensar que nossos filhos serão um fardo financeiro menor para a sociedade, seguindo o nosso exemplo ... deixamos assim um tipo de legado de esperança.
    
   O dinheiro acumulado durante anos a fio está sendo usado para gerar renda para quem atingiu a IF. Caso contrário, esse dinheiro teria ido parar na mão de gastadores e consumistas esbanjadores.

    
    Explorar o mercado financeiro é algo ruim como alguns alegam? Seríamos realmente abutres de um sistema financeiro falido? Não necessariamente. 
Investimentos podem ser direcionados para fins mais éticos e geradores de riqueza (como LCIs, CRIs, e debêntures incentivadas ao invés de CDBs e FIDCs).
    
    Os felizes proprietários da IF 
 têm tempo para ajudar outras pessoas, por exemplo, fazendo churrascos aos domingos para  vizinhos e amigos, ou sair para pescar, beneficiando ambas as partes sem a necessidade de dinheiro mudando de mãos ou de se consumir recursos voltados às pessoas que trabalham (como creches ou até mesmo os meios de transporte em geral).
    
    
Trabalhar em tempo parcial / ou voluntário - algo frequentemente feito por quem está na IF - pode ser uma maneira de compartilhar conhecimento e ajudar na comunidade local quando  a pressão para se ter um salário alto não existe mais. Montar um negócio proprio "dos sonhos", como uma lojinha de ferramentas ou uma papelaria,  pode acabar também fornecendo empregos para as pessoas da comunidade.
    
    
Esperamos que as pessoas que atingirem a IF também vão causar menos prejuízo ao sistema público de saúde e até mesmo planos aos privados, já que seremos menos propensos a doenças relacionadas com o estresse e vamos  ter mais tempo para passear e fazer atividades físicas.
    
    
Há um monte de blogs sobre independência financeira com muitas idéias compartilhadas em todo o mundo. Cada blog desses funciona como uma sementinha que propaga idéias de frugalidade e vida simples.
   Portanto, quem atingiu a IF não está mais explorando a sociedade: está só explorando seus próprios investimentos; ao mesmo tempo tem condições de vida mais modestas em relação aos milionários equivalentes, que ainda vivem no mundo consumista. 


   É uma ilusão achar que quem ficou 20 anos garimpando a IF vai se tornar um gastador consumista. De certa forma, os "novos" milionários da IF funcionam como as florestas, guardando estoques de gás carbônico para que ele não se torne poluição. O nosso dinheiro vai estar protegido dos gastadores.
   Se cada pessoa desse um passo rumo à frugalidade e à vida simples, a sociedade se tornaria menos destrutiva para as gerações futuras. 
  Ao reduzirmos a nossa necessidade de trabalhar 40 horas por semana, mais tempo pode ser usado para o bem-estar da sociedade, a busca da felicidade.
   A IF então nos libertaria do trabalho; que deixaria de ser uma simples ferramenta de exploração dos recursos humanos e passaria para a seara do entretenimento humano; em que seu objetivo seria simplesmente o progresso e a realização humana. São só pensamentos... 

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